Publicado:
04/092025
DOROTÉIA: UMA ODISSEIA FEMININA
Alterado em: 04/09/2025
DOROTÉIA: UMA ODISSEIA FEMININA
O Ponto de Cultura Cia. Lázara de Teatro e Audiovisual volta a cena, fazendo uma minitemporada nos dias 06 ,07, 20, 21, 27 e 28 de setembro na Estação Mogiana, na Pádua Salles, às 19h29, com o espetáculo “DOROTÉIA: UMA TRAGICOMÉDIA TROPICAL ANTROPOFÁGICA & ABSURDA”
A entrada é franca e os ingressos podem ser retirados uma hora antes ou reservados pelo fone 19 992610239. Os espectadores poderão contribuir com a companhia com um chapéu virtual. Classificação indicativa 14 anos.
NELSON E A LÁZARA
Formada em 1996 , a Cia. Lázara de Teatro e Audiovisual iniciou sua pesquisa em 2002 sobre a vida e a obra de Nelson Rodrigues (1912-80), o que se tornou a pesquisa FUTEBOL DAS PAIXÕES HUMANAS que montou e desconstruiu dezenas de contos de “A VIDA COMO ELA É...” , seu rromance “Asfalto Selvagem” ou “Engraçadinha seus amores e seus pecados”: A TRAGICOMÉDIA DO SEXO, além de fragmentos de sua vida trágica e intima como “A Menina Sem Estrela” , “Nelson Machine Queer” e seus alter egos femininos: “Myrna” e “Suzane Flag”
Grande parte de suas 17 peças, foram montadas como “Bonitinha, mas Ordinária” “Anti-Nelson Rodrigues”, “Valsa nº 06”, “Perdoe-me por me Traíres”, “A Falecida” e “O Beijo no Asfalto” e duas peças do Teatro Desagradável : “Anjo Negro” e ”Senhora dos Afogados”.
O RETORNO AO ESPELHO
Com um elenco que está há 11 meses desbravando a poesia rodrigueana e jogando luz no pântano do teatro desagradável, nossa montagem é o retorno ao contato direto com nosso público o retorno ao espelho.
A companhia Lázara faz luzir essa obra, clássico da dramaturgia brasileira moderna. O ouro do dramaturgo Nelson Rodrigues. A peça escrita em 1949 e encenada pela primeira vez em 1950, no Rio, demarca o fracasso mais retumbante entre as ditas "peças míticas". A singularidade de "Dorotéia" é que Nelson, assume como uma "farsa irresponsável". De fato uma tragicomédia, é a sua mais ousada experiência com a forma dramática.
A peça é fruto do romance do autor com Eleonor Bruno que fez a personagem titulo. Uma dramaturgia vale pelo que ela guarda, em potência, para ser encenado em qualquer época, para o diretor Alexandre Cruz a peça é atualíssima por estarmos vivendo no mundo a grande farsa irresponsável do poder.
A TRAMA
A estranheza começa no ambiente ficcional: uma casa de viúvas em que não há quartos, só salas, pois as moradoras não suportam pensar que, por dentro dos vestidos, estão seus corpos nus. O pudor exacerbado emoldura a chegada de Dorotéia, parente perdida na prostituição que traz marcas de pecadora e ardor de penitente
“Dorotéia” como toda obra de arte não reponde perguntas, provoca outras tantas questões. A quarta peça escrita no teatro desagradável de Nelson Rodrigues usa o descolamento de tempo e espaço identificáveis. A peça fala da ancestralidade do feminino, pelas inúmeras camadas de violências, físicas e psicológicas, pelos traumas arcaicos que se renovam como herança maldita.
ELENCO:
Giovana Gabriel como Dorotéia
Brás Domingues de Oliveira como Dona Flavia
Mary Clair Peron como Maura
Rosa Maria Daólio como Carmelita
Cintia Marilia como Assunta da Abadia
Giovana Gabriel e Cintia Marilia como Das Dores
DIREÇÃO DE MOVIMENTO: Zé Vitor Lima
FIGURINOS: Alexandre Cruz e Mary Clair Peron
ADEREÇOS: Fernando Rodrigues e Cibele Matheus
IDENTIDADE VISUAL: Giovana Gabriel
MAQUIAGEM, PINTURA DE MASCARAS E FOTOS: Kaíque Marinho
TRILHA SONORA ORIGINAL: Vinicius Sampaio
SONOPLASTIA E PROJEÇÕES: Everton Alves
DIREÇÃO DE ARTE, DRAMATURGIA E DIREÇÃO: Alexandre Cruz
TEXTO: Nelson Rodrigues